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Psicóloga clínica que realizou por 10 anos atuação na Saúde mental da PBH e atualmente dedica aos atendimentos particulares. Participa de artigos nas Revistas Vox objetiva e Tendência Inclusiva. Realiza palestras e entrevistas na mídia impressa e televisiva.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Sindrome de Munchhausen

                               


 Você sabe sobre a Síndrome de                                                                                           Munchhausen?

Leiam abaixo uma explicação sobre esta Síndrome que pode ter seu inicio na primeira infância, na relação Mãe / Bebê. Pais fiquem atentos com o excesso com seus Filhos.


O que é Síndrome de Münchhausen?
A Síndrome de Münchhausen é caracterizada pela produção de sintomas físicos pelo sujeito, de forma intencional, para que receba tratamentos médicos. Entre as características da síndrome, podemos citar a mentira patológica e a peregrinação entre hospitais para receber tratamento médico.
O DSM – IV, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais, classifica a síndrome de Münchhausen no grupo de Transtornos Factícios e especifica a predominância de sintomas físicos. Para isso, estabelece os seguintes critérios de diagnóstico: A) produção ou simulação intencional de sintomas e sinais predominantemente físicos; B) o papel de doente é o que motiva o comportamento; C) ausência de incentivos externos para o comportamento (ganho econômico, fuga de responsabilidade legal ou melhora de bem-estar físico). Não pode ocorrer exclusivamente durante o curso de outra doença do eixo I, como a esquizofrenia.

Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico da Síndrome de Münchhausen é bastante complexo e exige atenção a detalhes para além dos critérios diagnósticos. É imprescindível que se conheça o histórico médico do paciente, onde podem ser encontrados dados como o número e os lugares de internação nos últimos anos, além dos motivos de saída do hospital, uma vez que grande parte dos pacientes nessa condição abandona o recinto contra orientação médica. Prestar atenção em alguns sinais pode ser bastante significativo, entre eles:
- Incompatibilidade das histórias contadas;
- Grande conhecimento da terminologia médica, sem se preocupar com as consequências das doenças a que se atribui (belle indiférence);
- Comportamentos autodestrutivos;
- Presença dos sintomas sem a doença de base;
- Dificuldade de responder aos tratamentos médicos adequados para o quadro físico;
- Resposta aos tratamentos de placebo;
- Exacerbação dos sintomas quando o paciente sabe que está sendo observado.
É importante ressaltar a semelhança das características com alguns sintomas de adoecimento psicótico, como a esquizofrenia. Todavia, é marcante na Síndrome de Münchhausen a ausência de sintomas psicóticos, o que facilita o diagnóstico, sem descartar a possibilidade de associação da condição de transtorno de personalidade, como Borderline.

Quais são os tratamentos possíveis?
O principal objetivo de qualquer tratamento para a Síndrome de Münchhausen é evitar os danos decorrentes de procedimentos médicos que não são necessários ao paciente. Além disso, o tratamento deve objetivar o estabelecimento de algum tipo de relação terapêutica, apesar de não existir ainda um consenso acerca da melhor abordagem psicológica para esse problema. O acompanhamento psiquiátrico é extremamente relevante nesses casos.
A observação cuidadosa e o esforço para compreender o diagnóstico são imprescindíveis. Assim, é importante ressaltar o caráter humano da formação da equipe médica para acolher pacientes com a síndrome de Münchhausen, uma vez que muitos desses pacientes são confundidos com mentirosos, simuladores. Nesses casos, no lugar de ajudar o paciente, a equipe acaba estabelecendo relações aversivas e, em alguns casos, chega a processar o paciente legalmente ou a puni-lo com atendimento de baixa qualidade e desumano. A melhor opção é sempre evitar o confronto, permitindo que o paciente conheça sua situação gradualmente, visando à cooperação e à aceitação do tratamento. É preciso que o paciente compreenda que sua situação não é física, mas psíquica, para que as chances de aderir ao tratamento aumentem. O uso de antidepressivos e outros medicamentos parece ser eficaz apenas nos casos em que há um transtorno afetivo concomitante.

Como saber mais?
O seriado House apresentou por oito temporadas o cotidiano de um médico dentro de um hospital lidando com enigmas diagnósticos. Entre esses, o nono episódio da segunda temporada – “A Decepção” (Deception) – apresentou um caso de Síndrome de Münchhausen que pode ser bastante ilustrativo sobre as condições e a relação que os pacientes estabelecem com o sistema médico e o tratamento.
É importante lembrar que, em alguns casos, a Síndrome de Münchhausen pode se estabelecer na relação mãe-bebê, dessa forma, a mãe provocaria sintomas no filho para que depois pudesse buscar tratamento. Nesses casos, trata-se da Síndrome de Münchhausen por Procuração, justamente quando a doença é provocada em outra pessoa próxima, na maioria das vezes, os próprios filhos. Nesses casos, é importante o afastamento imediato da mãe para tratamento e da criança para que receba cuidados específicos. Sobre esse assunto o Discovery Home&Health lançou, em 2011, a série de documentários “Minha Mãe, Minha Assassina” (Münchhausen Moms) que conta a história de mulheres com esse padrão de comportamento.

Juliana Spinelli Ferrari
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em psicologia pela UNESP - Universidade Estadual Paulista
Curso de psicoterapia breve pela FUNDEB - Fundação para o Desenvolvimento de Bauru
Mestranda em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP - Universidade de São Paulo

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